quinta-feira, 29 de setembro de 2022

Depois dos temporais....



Há tempos não postava nada nesse meu "divã virtual" e não foi por acaso. Tempos difíceis precisam de pausas estratégicas, tréguas sabáticas para a alma e para o coração.

Mas é chegada a hora de retomar a terapia da escrita, a cura pelas palavras. Muito embora eu concorde com o Fernando Pessoa (Alberto Caeiro), no sentido de que "Assim como falham as palavras quando querem exprimir qualquer pensamento, assim falham os pensamento quando querem exprimir qualquer realidade", ainda vejo no signo uma forma importante de expressão/comunicação/conexão.

Então, vamos em frente!💪


Despedaçada

 

Juntar os pedaços não me parece ser a maior dificuldade diante das inúmeras “quebradas” que a jornada do verdadeiro viver nos impõe. 

Creio que difícil é fazer com que os fragmentos recolhidos ou, o que sobrou deles, se acomodem no local de origem, que já não será o mesmo depois do abalo e das subsequentes rupturas. 

Impossível. Essa conta não fecha. Faltará peças nesse quebra-cabeças. 

O que nos resta (e nos salva, pode acreditar) é a arte de tecer o possível, juntando os caquinhos que sobraram e, sem a pretensão da perfeição, construir um belo mosaico ou quem sabe, uma aconchegante colcha de retalhos. 

Sem falsa modéstia, eu já me tornei uma expert em preencher inexoráveis vazios, ora com bordados de esperança, uma resistente trama confeccionada com os fios da fé e da coragem, ora com sonhos, de todos os tamanhos, com recheio de palavras e cobertura de sentidos. 


Despedaçada não, prefiro dizer que estou em permanente (des)construção. 

Íntegra e inteira na consciência da minha incompletude.💜