Não adianta querer fugir da realidade, do eu e das emoções vividas e experiencias cravadas na alma.
Onde quer que eu esteja, estarão comigo todas as minhas circunstâncias, contingências e
lembranças.
O que eu sou não tira férias, nem deixar de existir quando viajo....por mais longínquo o lugar,
não obstante o tempo do retorno.
O que eu sou me acompanha sempre, levo para todo e qualquer lugar tudo aquilo que eu sou de fato, meus sonhos, meus desejos, meu modo particular de ver o mundo.
A verdadeira viagem, que urge ser feita, é aquela que independe das paisagens e do clima para gerar mudanças significativas: a viagem para dentro de si, a eterna peregrinação em busca do "eu" do viajante e a sua razão de ser no mundo.
“Antigamente,
os médicos prescreviam viagens como remédio para depressão. Imaginavam
que, viajando para outros lugares, a depressão ficaria para trás. Mas a
tristeza não desembarca. Viaja junto. Somos um baú cheio. Quando
viajamos, o baú, com tudo o que está dentro, vai junto. Chegamos lá,
abrimos o baú e nos pomos a representar a mesma comédia que
representamos sempre”
Rubem Alves