terça-feira, 2 de novembro de 2010

Aos 45 anos.....


Sinto-me mais leve, sem o peso de ter que corresponder às espectativas dos outros.

Já não preciso provar nada pra ninguém, nem viver preocupada com que pensam de mim.

Com o passar do tempo fui abandonando alguns modelos "apertados" demais e que não combinavam comigo.

Uma das boas coisas que chega com a idade é a compreensão de

que somos o que podemos ser - nem mais, nem menos.

Envelhecer com sabedoria é uma arte que necessita de prática diária e, escrevendo, aprendo melhor essa difícil lição.

Há sempre um olhar para o passado e a certeza de que muitas foram as realizações.

Uma sensação de bem estar me invade e preenche o espaço vazio deixado pelas ilusões

que se foram......ideais que se vão.

Neste momento o que se passa fora de mim deixa de ter importância - fixo minha atenção na minha essencia, o que realmente tem valor. Uma escuta ativa e intuitiva das minhas reais necessidades.

O ritmo frenético do mundo moderno, as emoções baratas e descartáveis, a busca

desenfreada pelo ter, aparências, nada mais.......já não faço parte deste universo: um alívio!

O espectro, o silêncio e a invisibilidade.

A transcendência do ser.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Quando os ideais se vão....


A melancolia de sepultar os ideais.

A dor de ver morrer, inexoravelmente,

uma parte de si mesmo.

Vejo-me, hoje, peça fora do sistema hipócrita e

egoista que um dia acreditei que poderia

transformar, mesmo que minimamente....

O idealismo pueril de querer fazer a diferença,

sucumbiu diante da operacionalidade dos egos,

daqueles que fazem da "justiça" sua latrina
pessoal. Sou puro desalento.....perdi o inconformismo típico daqueles que pensavam mudar o
mundo com seus moinhos de vento. Perdi a coragem, a luta e a vontade....descobri que

todas as minhas energias foram consumidas nesta espiral dantesca da miséria humana.

Estou paralisada pelo veneno da serpente. Só resta-me agonizar até o momento final da

morte dos meus sonhos.

Arrastarei, até então, os pesados grilhões que um dia simbolirazaram a minha libertação

dos porões da ignorãncia e da pobreza: esta é a minha forma particular de expurgar a culpa
pelo fracasso.

Tenho todo o tempo do mundo para enterrar, uma a uma, as minhas ilusões!