sexta-feira, 18 de junho de 2010

Bad news: love can't save you!


Nothing outside me can save my soul.
This pain is mine, only.
I'm not waiting your help....I know how
busy you are....
There isn't time for ilusions and lies.
So free and alone with my heart.
Don't ask me about tears.
Forget the bad things, if possible.
Somewhere in the past there were
happy moments.
People always leave,
Feelings often change.
This is the real life.
By the way, we are alive.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Constantes outonos.....

As minhas ilusões......
Todas estão a cair da árvore, no permanente
outono do meu ser.
Quimeras vãs no entardecer de tantos
sonhos.
Fico a pensar se outras folhas brotarão
de antigos galhos, cujo tronco já está demasiadamente
marcado pelas tempestades e vicissitudes da vida.
Mesmo quando o solo é fértil, há que
se cuidar dos brotos, pra quem venham as
flores e os frutos.
Sou um cerrado de emoções: solo árido e de difícil cultivo, com uma floresta imensa e caudalosa em seu interior.
Raízes profundas e intensamente ramificadas......ávidas por vida e energia......
Terra de ninguém......território devastado pelo fogo das incessantes inquietudes, ânsia de encontrar algo que não se sabe ao certo o que é........
As folhas bailando ao vento....tão leves e livres que se esquecem de que foram há pouco: reféns, presas nos galhos da minha árvore, no constante outono deste
meu viver....

domingo, 13 de junho de 2010

Lágrimas Ocultas




Lágrimas Ocultas

Florbela Espanca

Se me ponho a cismar em outras eras
Em que ri e cantei, em que era querida,
Parece-me que foi noutras esferas,
Parece-me que foi numa outra vida...

E a minha triste boca dolorida,
Que dantes tinha o rir das primaveras,
Esbate as linhas graves e severas
E cai num abandono de esquecida!

E fico, pensativa, olhando o vago...
Tomo a brandura plácida dum lago
O meu rosto de monja de marfim...

E as lágrimas que choro, branca e calma,
Ninguém as vê brotar dentro da alma!
Ninguém as vê cair dentro de mim!





Princesa Desalento



Minh'alma é a Princesa Desalento,

Como um Poeta lhe chamou, um dia.

É revoltada, trágica, sombria,

Como galopes infernais de vento!



É frágil como o sonho dum momento,

Soturna como preces d'agonia,

Vive do riso duma boca fria!

Minh'alma é a Princesa Desalento…



Altas horas da noite ela vagueia…

E ao luar suavíssimo, que anseia,

Põe-se a falar de tanta coisa morta!



O luar ouve a minh'alma, ajoelhado,

E vai traçar, fantástico e gelado,

A sombra duma cruz à tua porta…



(Florbela Espanca, «Livro de Soror Saudade», in «Poesia Completa»)



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