domingo, 26 de janeiro de 2020

Eis que tudo se fez novo



Há uma latente fertilidade nos terrenos arrasados, revirados e pisados. Muita vida ávida para ressurgir, com a força inimaginável da natureza. 
Os especialistas em transformar campos vivos em terra devastada são passageiros e por mais que destruam tudo ao redor, novas sementes chegarão com o vento e, no tempo certo, povoarão de vida a charneca ressequida.  
E nesse momento de reencontro comigo compreendo que a força de regeneração da terra é a mesma da vida, quando se tem fé.
A propósito, destaco um trecho do maravilhoso livro da Clarissa Pinkolas Estés, "O Jardineiro que tinha fé", que bem ilustra esse sentimento sobre "o que não pode morrer nunca":

"Enquanto caminhávamos, titio matutava: 'Já ouvi pessoas perguntando onde fica o jardim do Éden. Ora! Qualquer lugar que se pise nesta terra é o jardim do Éden. Toda esta terra, por baixo dos trilhos de trens e das rodovias, na sua roupagem gasta, do seu entulho, de tudo isso, é o jardim de Deus - ainda com o frescor do dia em que foi criado. É verdade que em muitos lugares o Éden está enterrado e esquecido, mas o jardim pode ser restaurado. Onde quer que haja terra sem uso, mal utilizada ou exausta, o Éden ainda está bem ali embaixo....
E o que não pode morrer nunca? É aquela força de fé que já nasce dentro de nós, que é maior do que nós, que chama as novas sementes para os lugares áridos, maltratados, abertos, para que possamos nos ressemear. É essa força, na sua insistência, na sua lealdade a nós. No seu amor por nós, nos seus meios, na maioria das vezes, misteriosos, que é maior, muito mais majestosa e muito mais antiga do que qualquer outra jamais conhecida".

Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.
2 Conríntios 5:17