sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Eu não sei rezar....


Eu não sei rezar.....
Desisti de repetir todos os dias aquelas orações decoradas na época do catecismo, até porque já faz tanto tempo que nem me lembro mais.
Definitivamente, eu não sei rezar assim, dizendo frases certas que nada tem em comum comigo, eu nunca fui santa.
Então, faço dos meus dias uma oração a Deus, procurando em cada gesto reverenciar o que há de divino nas coisas....
Contemplar o pôr-de-sol, se emocionar com as flores na primavera, namorar as estrelas, brincar de pega-pega com o vento....essas são as minhas preces diárias.
Acredito que o Ser Supremo fica mais feliz quando eu ajudo as pessoas com o meu trabalho, do que quando pareço um robô, repetindo a mesma cantilena fria e desconexa.
Não estou a criticar quem faz desse caminho uma forma de se comunicar com Ele, cada um escolhe o seu.....Eu, por exemplo, penso que se pode rezar em qualquer lugar....em casa, na rua, no ônibus, no trabalho, não preciso ir na igreja ou no templo para entrar em sintonia com o plano superior. Também não preciso pagar pra isso, pois o acesso a Deus é gratuíto e, na minha opinião, não carece de intermediários.
Parece estranha essa minha confissão, um pouco ridícula para dizer a verdade, mas não me envergonho de não saber rezar, antes, me sinto aliviada e liberta das convenções e dogmas que circundam o assunto.
Dentro de mim tem uma voz que diz que estou certa, e isso me basta. Aprendi a ouvi-la sempre que me sinto confusa ou com medo. Sim, eu escuto vozes, contudo, não sou louca não! A menos que se possa considerar loucura a busca pelo conhecimento interior, pela consciência divina e, a aceitação que todas as respostas que procuro estão dentro de mim, e não fora.
É, eu admito, não sei rezar.....

A difícil tarefa de aceitar o outro



Um dois maiores desafios da vida é aceitar o outro como ele verdadeiramente é.....com suas circunstâncias, pré-conceitos, limitações e perspectivas diferentes de ver as coisas.
Contemplar o outro na sua existência única e irreptível, sem a deformação das lentes daquele que quer conformar tudo a sua própria imagem e prazer.
Existem mulheres hábeis em transformar seus príncipes em sapo e, da mesma forma, homens que transmutam suas princesas em bruxas. É simples demais.
Isso é comum quando se faz do outro uma propriedade particular, com posse e usufruto nem sempre pacíficos e justos. Não há amor, sequer a liberdade de ter as próprias opiniões é permitida. É um cárcere emocional, uma prisão com grilhões invisíveis, porém, unipresentes.
Estranho como esses relacionamentos são viciantes, altamente viscosos e construídos para eliminar a resistência de suas vítimas, tal qual uma teia de aranha. Cria-se uma dependência tão grande, que o ser subjulgado chega a adoecer quando tenta romper com o ciclo de desamor.
Cuidar dessas lesões afetivas pode levar a energia de uma vida toda.
Nesse cenário, quando eu aceito o outro sem querer mudá-lo em essência, reafirmo minha própria condição humana de imperfeição, admito minha total incompetência para transformar a natureza divina daquele que está ao meu lado. Pode ser um instinto de auto-preservação, talvez o receio de que, mudando o outro, reflexamente estarei perdendo-o e me perdendo.....não sei ao certo .
Sigo em frente sem querer correr estes riscos.

domingo, 16 de agosto de 2009

A vida é feita de escolhas....






Acredito que somos o que queremos ser.....temos o que escolhemos ter. Não existem imposições ou caminhos obrigatórios quando se tem o domínio sobre si mesmo. Nada e nem ninguém vai moldar o meu destino. Eu sempre fiz, faço e farei minhas escolhas, suportando os efeitos de cada uma delas. Eu sou livre para escolher, sonhar, amar e descobrir, todos os dias, o quanto vale a pena viver a plenitude de cada opção.Já fiz tantas escolhas nessa vida.....umas boas, outras nem tanto.....contudo, todas foram o reflexo da minha vontade, a ânsia pela busca de uma completude, que hoje sei que é temerária, fulgás e infinita.Ultimamente tenho feito escolhas que me levam a olhar a vida de uma forma diferente. Ando gostando de observar as pessoas, sempre ressaltando o que elas tem de melhor e, respeitando o limite e as circunstancias de cada uma. Não quero mais impor meus padrões e minhas fórmulas de vida pra ninguém. Cada um é o que quer e pode ser na medida de suas possibilidades. É tão interessante notar as diversas vertentes de um mesmo ser.....sua capilaridade e poder de mutação. O divino poder da escolha, do livre arbítreo e o inexorável colher dos frutos. Essa é a vida que pulsa dentro e fora de mim. Eu sou o resultado de tudo isso, eu sou o produto de todas as minhas escolhas, das boas e das ruins, pois cada uma delas agregaram ao meu ser uma experiência que é só minha, um conhecimento único e particular que só a mim pertence. Na medida em que faço as minhas escolhas não me atormentam as opções que deixei pra trás, os caminhos que não escolhi. Não faço conjecturas, vivo a realidade, mesmo quando mudo de direção ou reavalio o caminho a ser seguido.