sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Pertença

Há um sentimento de pertencimento que envolve os seres, desde os primórdios.

O querer fazer parte de um grupo social, identificando-se com determinados contextos culturais, raciais, religiosos......nada disso é novo, posto que faz parte da essência do homem.

O que há de diferente é a necessidade de alguns indivíduos de pertencerem, a qualquer custo, a certas "castas", das quais se infere o ser não pelo o que ele é, mas sim, pelo que ele aparenta ser, ou pelos atributos exteriores que ele ostenta.

Nestas hordas, todos são iguais, a começar pelas vestimentas que só podem ser de determinadas marcas, os carros, marcas de relógio, destinos turísticos.....tudo muito o mesmo, caso contrário não pode fazer parte do "clube", nem ter acesso ao "Olimpo".

Também as opiniões não diferem.....há uma verdadeira massificação dos "ideais" e das "idéias".

Identidade e pertecimento passam a ser categorias opostas e excludentes uma da outra.

É possível notar um vazio existencial ou, em outras palavras, um vácuo ético que preenche e circunscreve este desenho social. Um enquadramento de seres e de costumes, onde o diferente fica de fora.

Frente a tamanha solidão, sigo em direção oposta à da massa....vou em busca do elo perdido....o reencontro do ser com sua essência, com a natureza.....com o éthos original.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Pescadora de emoções


Palavras, sons, imagens ......
A intuição que abre as portas da percepção.
Já não sou só eu.....sou muitas, diferentes umas das outras.
Reconheço-me em cada face da minha essência, íntegra, mesmo quando misturada.
Um complexo feixe de luz e sensações que atravessa o universo, no exato instante em que o tempo do eterno recomeça.
Nada é tão sublime quanto o êxtase de encontrar-se aberta para o mundo, sempre disposta a sentir o seu gosto, doce ou amargo.
Não há vida fora das emoções, quaisquer que sejam elas, mesmo que o filtro da razão impeça, momentaneamente, esta compreensão.
Ao final, o sagrado desperta em cada ser a sua imensa capacidade de unir-se com o todo.....a morte* é uma das medidas possíveis deste inevitável encontro.
Incrível que, com o tempo, vamos apurando a sensibilidade, a ponto de vê-la* instalando-se e tomando conta daqueles que amamos..... e nesta hora somos assolados por um sentimento desesperado de vida......uma urgência em viver tudo, amar muito, viajar, realizar sonhos.....
A miserável e rica condição humana transcende o próprio ser e suas inquietações.