sexta-feira, 22 de junho de 2018

Mudanças exigem sacrifícios



Grandes transformações exigem esforço concentrado para com o objeto ou a situação que se quer mudar. Em outras palavras, não há mudança sem sacrifícios, renúncias e trabalho duro. 

O paraíso que se busca não cairá do céu e nem tampouco será o resultado de um amontoado de reclamações desacompanhadas de ações concretas no sentido de modificar o que não está bom.

Na atual quadra as redes sociais fez surgir um ativismo preguiçoso e superficial, onde muitos reclamam de tudo e poucos se dispõem a fazer algo de consistente para mudar a realidade que reputam ruim. 


Há que se reconhecer a dificuldade que algumas pessoas tem de abandonar suas zonas de conforto, arregaçar as mangas, colocar as mãos na massa e fazer algo acontecer. É mais cômodo manter-se fora da arena e, como mero espectador, aceitar o que vem pronto, vociferando quando o espetáculo não lhe agrada, esquecendo-se de que quando foi chamado a escrever o roteiro, omitiu-se. 


Aprecio aqueles que demonstram disponibilidade para o trabalho duro, que estão sempre prontos para ajudar numa tarefa complexa, almas corajosas que tomam para si a responsabilidade pelas mudanças que querem ao redor, sabendo que o ponto de partida é mudar a própria perspectiva que tem de si, do outro e do mundo.
Aves raras.
Céu vazio.


terça-feira, 19 de junho de 2018

O Canto das Sereias




"Se a gente cresce com os golpes duros da vida, também podemos crescer com os toques suaves na alma"
Esse verso traduz não só a trajetória da doceira e poetisa goiana, Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, ou simplesmente Cora Coralina, como também a de muitas outras pessoas, inclusive eu, que apesar do couro endurecido pelas pancadas da vida, não dispensam o lenitivo da música, da fotografia e da poesia para amenizar o ardor perene das cicatrizes.


Há que se fortalecer o espírito e petrificar a carcaça quando se é ousado o bastante para lançar-se ao mar revolto das vaidades humanas, sonhando os próprios sonhos e defendo posições e ideais num Olimpo de deuses autofágicos e sabotadores.

Rejeições implícitas e explícitas, pequenas tramas e traições, armadilhas diárias sorrateiramente plantadas no caminho e todo o tipo de ardil típico desse jogo de poder, com o claro escopo de pulverizar o opositor, olvidando-se que somos TODOS UM, ao fim e ao cabo. 

Planos de poder pessoal prevalecendo sobre os interesses de todos. 

E nessa batalha sangrenta e silenciosa em terra de egos gigantes, perdem todos....uns perdem a máscara e as verdadeiras faces e motivações se revelam; pessoas são desnudas frente a um olhar mais atento.... a inescapável essência emerge: pequenina e assaz virulenta, em muitos casos, mas nem tudo está perdido, há quem cultive, a duras penas, sua natureza lírica e íntegra em meio a esse pântano e em absoluto anonimato, mantém viva a esperança e continuam a semear um porvir mais promissor. 

Estejamos atentos e fortes, tal qual Ulisses, ao enganoso Canto das Sereias. 

Que os nossos valores, princípios e ideais continuem a ser as sólidas amarras que nos atam ao mastro da Nau e não nos permitam sucumbir ao desejo ilusório de gozo fácil, individual e imediato. 

A sedução que as cigarras e as sereias exercem é uma arma letal para os incautos que se de deixam levar pela beleza de suas oratórias, digo, cantos. 

Para sobreviver precisamos mais que isso.

O desafio posto é ouvir esse canto, refletir sobre seu alcance, sua real concretude e sobreviver/resistir a ele, refutando-o com racionalidade. 

É preciso abdicar de uma vantagem pessoal que lhe será ofertada (prazer momentâneo e individual), em prol de conquistas perenes e tempos melhores para todos. 

Vamos ver quantos conseguem. 

Já não somos mais marinheiros de primeira viagem. 

Estou a contar os corajosos.

1 (um).