terça-feira, 15 de agosto de 2017

Lapidação






Enxergar o fulgor do diamante sob a capa de carvão não é uma tarefa para qualquer um....há que ser alguém especial, que compreende com a alma as sutis vibrações que emanam do outro.
Não há engano, apenas um se deixar levar pelo encanto e pelo magnetismo que fluem naturalmente das coisas e dos seres.
O que uns chamam de magia eu costumo dizer que é revelação do sagrado, um entardecer dos sentimentos e das sensações, um estado de contemplação permanente, que passa pela opção de se estar aberto para o mundo e suas inúmeras dimensões.
E nesse processo contínuo de lapidação, vida após vida, a luz, antes tênue e fugidia, vai tornando-se tremulante e perene, até que seu arder em brasa será um só clarão com o Todo, numa fusão de vida e morte, no infinito de cada instante de plena luz.
Numa cadência atemporal, captar reflexos e matizes cintilantes nos rincões escuros do que restou da humanidade é trabalhoso e cansativo, mas extremamente gratificante. Um garimpar amoroso e pleno de significados, de vidas preciosas e emoções verdadeiras, sem falsos brilhantes.
No fim, mesmo que nada disso tenha valor, atendi ao chamado e cumpri minha missão. É o que basta.

"Não sou obrigado a vencer, mas tenho o dever de ser verdadeiro. Não sou obrigado a ter sucesso, mas tenho o dever de corresponder à luz que tenho". Abraham Lincoln