terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Na "pista" com um bipolar.


Já vivi de um tudo nesta vida e ultimamente estou aprendendo a conviver com um bipolar.

A situação é bizarra, parece até que estou num parque de diversões, na montanha russa ou no

trem fantasma, pois nunca sei qual será a próxima "surpresa" (sempre ruim, diga-se de passagem), só sei que ela virá.

Estar na "pista" (de dança, da via pública, da vida, etc etc etc) com um bipolar requer muito cuidado e uma certa dose de "idiotice", além de toda a paciência deste e de outros mundos.

Tem que parecer meio "lesado", do tipo lerdo e idiota mesmo, caso contrário não dá pra "relevar" as barbaridades diárias do sujeito (oculto e indeterminado).

Cada dia a sua agonia, com uma "máscara" diferente, ora a figura está radiante e é toda sorrisos,

ora a "carranca" assusta até as despreocupadas moscas esvoaçantes.

É uma dificuldade saber qual será a fantasia escolhida para o baile de cada dia.

Não dá pra saber quais serão as manobras de tão imprevisível condutor.

Advinhar, nem pensar, pois a minha "bola de cristal" foi pro conserto sem previsão para retorno.

E assim vou levando a vida nesse "passeio" cheio de emoção, com altos e baixos, muita turbulência e sem "air bag" capaz de proteger-me da insanidade alheia....

Oras bolas, se já não bastassem as minhas próprias loucuras, agora sou compelida a conviver

com um doido que se acha "normal" e "cheio de razão"........intransigente toda vida e ainda gosta de "sair na foto" como "bom-moço" e equilibrado.

Eu posso com isso!!!!!

Haja tarja preta......(pra mim não, pra ele é claro).

Em tempos de ressurreição do "eletro-choque", o melhor é manter a calma e não contrariar o

bichinho, vai que ele tem um surto psicótico e pensa que é Deus, ai estarei condenada à danação eterna.

Agora me responda: Como posso ser uma "mocinha bem comportada" com um "karma" desses?

É na porrada mesmo!.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

A morte da Dona Esperança


Hoje o dia amanheceu triste, num gris fúnebre de lágrimas e lamentos.

Os sinos anunciavam que o "chamado" se concretizara.

A multidão se apressou para saber quem fez a "passagem".

Será velho ou novo? homem ou mulher? morte morrida ou matada?

E, em meio ao burburinho, soube-se que Dona Esperança

foi a "escolhida", a flor que Deus colheu no jardim da vida.

Nossa, morreu tão jovem a pobrezinha......

Tão moça e meiga, boneca de porcelana a enfeitar as vitrines profanas da existência humana.

Do que morreu tão pacata senhora? Foi do coração?

Não, logo respondeu um rapaz com ar de bem informado, quase da família:

- Foi de "falência múltipla dos órgãos".

Acrescentou que o colapso foi de grande proporção e comprometeu o funcionamento de todo o

organismo.

A coitadinha ainda tentou reagir, mas não teve forças suficientes para manter-se viva.

Sucumbiu, afinal a Dona Esperança.

Parecia ser imortal a danada....

Qual nada, no fundo, todo mundo é igual,

Hoje foi a Dona Esperança,

ontem, a Dona Graça,

Amanhã, quem sabe, não será a Dona Felicidade.

Esta é a única coisa certa da vida.

O mais, só ilusão, alucinação, pretensão daqueles que se acham eternos.



Uma questão de confiança


Pense na seguinte situação: Você chega ao dentista e, para sua surpresa, percebe que os dentes do doutor estão todos podres.....qual seria sua reação? você confiaria as suas arcadas ou a de seus filhos a este profissional da saúde bucal?????
Da mesma forma acontece nas lides forenses.
Como o jurisdicionado poderá acreditar numa sentença de um magistrado que, por birra de "adolescente", não cumpre o que a lei determina?
Já pensou deixar uma pessoa dessa decidir sua vida (liberdade, patrimônio, etc)?
Pior, que legitimidade terá esta prestação jurisdicional no mundo, já que proferida por operador do direito que nega vigência às regras que integram o sistema normativo pátrio?
Essa é a realidade hoje.
E nem adianta tentar justificar a decisão com base em argumentos de pseudo justiça, com isonomia das partes, pois o Estado e a sociedade sempre ocuparão um lugar mais alto do que o interesse de qualquer particular.
Os "justiceiros" da última hora, no fundo, ressentem-se pela inércia que revestem seu mister e acabam por querer diminuir a importância do "dominus litis".
Raposas a desdenhar uvas.
Não há consenso, pois sequer utilizou-se dos mecanismos legais que admitem o questionamento da constitucionalidade da lei, cuja aplicação é negada.
Há, ainda, a conivência, para não dizer, a covardia, dos órgãos superiores que deveriam, de pronto, recompor a coerência do conjunto normativo, contudo, restam paralisados pela insana sensação "do poder, pelo poder", numa visão dantesca do Olimpo.
Enquanto isso, os reles mortais vão perdendo a pouca confiança que ainda depositavam na cega e transloucada justiça.
Mil vivas para os déspotas esclarecidos.
Serão todos guilhotinados nas lâminas afiadas da própria prepotência e vaidade.
Esta é a herança e o exemplo que deixarão para seus filhos.

Ai de nós!