sexta-feira, 29 de julho de 2016

Parece que foi ontem....


 A visita a uma escola pública esta semana me fez relembrar de tempos idos, época difícil sim, não só por conta das dificuldades financeiras, mais principalmente pelos problemas de saúde que me renderam várias internações no Hospital do Servidor Público do Estado de São Paulo, localizado no ponto extremo do local onde nasci, na zona norte de São Paulo. 
A par das desventuras, fui uma menina feliz, conclui o curso primário com boas notas, não obstante a inúmeras ausências forçadas. Lembro que a Escola Municipal de Vila Munhoz ficava um tanto distante de onde eu morava, motivo pelo qual coube ao meu irmão Pedro me transportar para a escola, na garupa da sua bicicleta Monareta.
Ainda guardo na lembrança algumas aulas da professora mais querida, a Sakae Sukissake, principalmente aquela em que ela ensinava as capitais dos Estados Brasileiros em ordem alfabética e na forma de música.       

É bem verdade que entrei na escola com 6 anos, já sabendo ler e escrever, graças a minha querida mãe, sempre atenta em dar a melhor educação para os 4 filhos. Foi ela quem ensinou a mim e a meus irmãos omo fazer mapas e pintá-los de forma quase artesanal. Cobrava de nós as tarefas, estudava junto com a gente as matérias e tomava a lição do dia, sem dizer aqueles questionários de infinitas perguntas e respostas. Os trabalhos de educação artística, então, saiam no capricho, pois a Landinha sempre estava lá, orientando e dando acabamento nas maquetes, nos cartazes e nas peças de palito.
Quanta saudade desse tempo em que todos os sonhos do mundo cabiam na minha cabeça de vento, de menina teimosa, que de tanto ser chamada de "café com leite" nas brincadeiras da hora do recreio, virou fera e distribuía sopapos a torto e direito.    

Professora Celina tinha uma paciência tremenda com toda a meninada e na primeira semana de aula foi bastante flexível e não mandou pra casa quem foi pra escola sem uniforme. Em compensação, na hora de cantar o hino nacional no pátio da escola, não perdoava quem errasse a letra da música ou fizesse bagunça na fila.

Saudade do Ailton Estulano, do Amauri, da Rita de Cássia Brandão, da Marivan, do Elias Rúbio, do Edson....por onde andará cada um deles...parece que foi ontem que a minha única preocupação era sair do hospital logo para poder voltar pra escola e fazer as aulas de educação física, jogar queimada, pular pau e me sentir igual a todas as outras crianças.
Parece que foi ontem....