sábado, 28 de outubro de 2017

Defeito de fábrica





E no espectro da imperfeição humana, há uma gama de defeitos que vejo refletidos em mim e um deles é o excesso de rigidez e/ou a baixa tolerância que desenvolvi em relação a pessoas descomprometidas e sem foco, aquelas adeptas da filosofia Zecapagodiana do "deixa a vida me levar", linha de comportamento que também serviu de referência para Samuel Rosa e Chico Amaral: "... Vou deixar a vida me levar/Pra onde ela quiser/Seguir a direção/De uma estrela qualquer.". A vida imita a arte ou é a arte que reflete as situações do cotidiano??? 
De qualquer sorte, essa minha impaciência (defeito de fábrica rs) com a falta de compromisso que vejo ao meu redor e que acaba por afetar, direta ou indiretamente, as relações em que estou envolvida, consomem muito da minha energia.
Não consigo ser flexível e nem deixar pra lá. Por mais que você se dedique (um por todos e todos não estão nem aí pra aquele um), não há retorno e nem reciprocidade. Sair bem na foto e colher os louros de um trabalho exitoso todos querem, mas ter compromisso é muito mais que isso: é estar junto apesar das circunstâncias difíceis, do cansaço, dos problemas particulares, etc, pois é justamente nesses momentos que mais precisamos uns dos outros e que avaliamos o nível de compromisso das pessoas, conosco e consigo mesmas.  Em qualquer que seja a área, a falta de comprometimento impede novos aprendizados, conquistas e oportunidades. Não se avança e esta estagnação contamina tudo e todos ao redor.       
Assumir compromissos e honrá-los diz muito sobre a pessoa, por isso é importante avaliar e refletir antes de assumir missões que, de antemão, já se sabe que não poderão ser desempenhadas a contento. Dizer não, em tais situações, é um ato de respeito para com o próximo e demonstra maturidade e comprometimento da pessoa consigo, com as próprias prioridades e possibilidades.