domingo, 26 de dezembro de 2010

Inventário do tempo


O bom do tempo é que ele não é estático.

Passa e leva consigo tudo que nos dispomos a viver, ou não.

Mesmo quando nos deixamos levar pelo movimento do mundo,

sentimos o compasso do tempo, arrastado ou voando, depende de

como nos posicionamos diante da vida.

Milhões de segundos....minutos incessantes de tanto existir.

A inércia ou a ação, nada estanca o correr das horas nem muda

o prazo de validade de cada ser.

Também a morte não detém o tempo.....seus efeitos sob a carne

lânguida e fria, plena de transformação.

Assim, sempre há tempo para recomeçar.

De uma forma qualquer, sempre é tempo de viver.

Toda manhã traz ínsita o alvorecer de um novo tempo.

Propósitos renovados, súplicas aos céus.

Tempo de paz.

Tempo de realizações.

Tempo de colher os frutos de uma vida de amor

e trabalho.

O tempo escoando pelas minhas mãos famintas......
O Ser e o tempo.....
"Temos todo o tempo do mundo".

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Sobra espaço no formigueiro.


Extra!!! Extra!!!!!

Sobra espaço no formigueiro......há vagas também nas colméias.

Em contrapartida, o Olimpo está superlotado e a Lâmpada, nem se fale.

Dizem por ai que a briga por um cantinho lá tá dando até morte!!!!!

É, o mercado dos "privilegiados" está hiperinflacionado, haja oferta heim....

Tem de todo tipo, de várias cores, tamanhos, opções sexual e religiosa.

Em razão do crescimento desenfreado do segmento, o líder máximo do MST (movimento dos super talentosos....ou seria: movimento dos sem trabalho??????), num ato de revolta sem precedentes (nunca antes na história deste país.....) esbravejou:

_ Vamos invadir a Lua!!!! Morte a São Jorge e ao Dragão!

_ Ah Ah Ah a estratosfera é nossa!

_ Ao Infinito e Além, não tem pra mais ninguém!!!!

Ainda em êxtase lembrou que precisariam eliminar a concorrência desleal existente há muito no local e assim decretou o prévio exílio de todas as estrelas, cometas e corpos celestes.

E numa missão quase impossível, partiram todos, em grande estilo.

Hoje, estão perdidos no espaço vazio de si mesmos, fugindo do buraco negro da própria existência, sonhando com o retorno de Jedi e a reconstrução da "terra de gigantes".

Ai de nós, meros mortais, pobres trabalhadores braçais!

Perigo! Perigo!

A temporada de extermínio das tanajuras, saúvas, abelhas rainha e zangões acaba de ser aberta.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

No compasso do amor

Um sorriso franco e amigo, uma abraço sincero de amor e cumplicidade.
A felicidade que envolve o meu, o teu coração.
Abrindo estradas e percorrendo cada qual o seu caminho,
embora a mesma rota comporte inúmeras direções.
O teu braço forte me sustenta no abismo e me guia na escuridão de mim mesma.....sou acolhida na ternura do seu olhar.
A intensidade da vida que pulsa em cada instante, eterno encontro de almas e destinos entrelaçados.
Corremos soltos pela vida, desejosos de mundo e plenos de imensidão.
A leveza e a simplicidade de duas crianças que
constroem castelos nas nuvens.
No jardim da nossa casa, plantamos filhos e colhemos histórias.
Na realidade deste paraíso particular florecem sonhos das raízes da vida.

Divagando


As infinitas possibilidades da linguagem.

Escoam diversas semânticas do signo....

pensamentos em profusão, fonte inesgotável

do desejo de expressão.

Quando escrevo, quero falar de vários assuntos ao

mesmo tempo, num tipo de convulsão de imagens e

percepções.

Talvez a insurgência natural de uma alma condenada

eternamente à indignação, à irresignação e ao grito.

Transformar sentimentos em palavras, agonia em alento,

respirando a cada letra, nutrindo-se de cada oração.

Confissão insólita da minha incompletude e complexidade.

Se nego a escrita, afogo-me na insensatez e na loucura.

Tenho a estranha mania de sobreviver e reviver em

cada ferida aberta.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Figurante, jamais!!!!


Vivo num mundo de pessoas "faz de conta", cuja enganosa existência é "só para constar", "cumprir tabela" mesmo, num total desperdício de vida e energia.
Puro estelionato emocional, onde a "moda" é digitalizar o afeto, terceirizar a educação dos filhos, virtualizar as relações, mercantilizar as frustações e ignorar todos os sinais de alerta.
Um não-ser, complacente e manipulável: morte em vida, "zumbis" da modernidade.
Quando criança, aqueles que não podiam participar das brincadeiras, por doença, inaptidão ou fraqueza, eram chamados de "café com leite", ou seja, só "faziam número".
Hoje compreendo como a vida é repleta desses "figurantes", seres previamente derrotados,
primeiro, por si mesmos, já que são incapazes de "virar o jogo", por medo ou mera comodidade e, em segundo, pela própria natureza, onde os inaptos são, inexoravelmente, devorados, massacrados e pulverizados, todos os dias.
Numa época em que as frustações, as inquietudes e a ansiedade são diagnosticadas como transtornos, faço questão de sangrar todas as minhas feridas e, de forma feroz e quase insana, defender aa minhas crenças e pontos de vista, mesmo quando equivocados.
Fugir da minha essência é negar o que realmente sou e isso, nem pensar.
Um viver às escondidas, sob a sombra do que realmente se desejara ser não é vida, é castigo, purgação, expiação e danação.
Não fiz curso de "sobrevivência artificial na selva".
Coadjuvantes e figurantes jorram às bicas, razão porque é sempre meu o papel principal da trama. Chega a ser inevitável..... mérito meu??? não sei, mas diante de tantos vermes rastejantes, qualquer calango faz a festa!
"Sou fera, sou bicho, sou anjo e sou mulher....." eu e a Cássia Eller, para sempre, além túmulo e em todas as dimensões possíveis.
Figurante, jamaisss!!!!!













































domingo, 28 de novembro de 2010

Preceito diário: resistir, superar e ousar.


Insisto, diariamente, na resistência e na superação.

Luto contra o reducionismo, pois nada, nem

ninguém, é tão bom ou mau, sempre e completamente.

Ousadia e inovação, a opção por 'novos' (até então
desconhecidos)

caminhos, não obstante o risco que sempre acompanha os primeiros

passos.

Há, ainda, o inevitável confronto entre o velho e o nascido agora.

A segurança da estrada diariamente trilhada diante da necessidade de

abrir-se "picadas" alternativas: a exploração que evita o perecimento.

Bandeirante da sobrevivência, eis o que sou.

A alegria da busca envolve todo o meu ser e,

sem que eu me dê conta, sou suavemente compelida

a redescobrir o valor do simples e a beleza do natural.

Com a leveza e a desenvoltura de uma bailarina,

deixo-me conduzir pelos sons e movimentos do mundo.

Sou livre e estou aberta e disponível a todas as sensações.

Saudo a vida acolhendo todas as possibilidades.

Até na morte, há transformação.

Mesmos os mais imponentes "castelos" viram pó e nada.

A ilusão do "ser" e do "ter", a morte-em-vida dos que

tudo "sabem".....o lugar-comum, o cotidiano, a pseudo-sabedoria

que paralisa e obscurece.

As 'janelas' estão abertas.....o vento desembaraça os

meus pensamentos....já não tenho medo do escuro,

porque há muita luz dentro de mim.





terça-feira, 23 de novembro de 2010

Paradoxos


A morte e a vida, tudo num mesmo dia.


Quiça menina, quem sabe mulher, depende do que se quer.


Ares de princesa, fúria de dragão, sentimentos em contradição.


Ódio entrelaçado com excesso de amor, espinhos de uma mesma flor.


O choro fácil, o riso largo.....fé e desesperança,


Vagos pensamentos, muitas lembranças.


Prelúdio de tempestade..... vento forte soprando pra longe a ilusão do sonhar.


Aqui e acolá, visão e cegueira, a intuição que contrapõe a razão,


a alternativa é falsa, e também verdadeira.


Não há lógica nas coisas que me atormentam, as amarras do imaginários, a mágoa e o


pressentimento só revelam aquilo que tanto quero esconder, por medo ou


mero arrependimento.


segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Minha certeza, minha fortaleza!



Eu me fortaleço em cada armadilha colocada em meu caminho, inclusive aquelas acompanhadas de flores e pérfidos sorrisos....
Ah, os eternos e sorrateiros espectros humanos, proto-seres que alimentam-se da própria mediocridade.
Diante da escuridão de suas almas, lançam sortilégios à luz e, numa tentativa alucinada de impedir o raiar do dia,debatem-se nas trevas de seus cárceres, tal qual vermes aprisionados em sua própria podridão.
E neste espetáculo de horrores, assisto, impávida, monolitos inteiros serem tragados pela areia movediça da vaidade.
Nada mais solitário e presumível.
A tragédia construída por estas nefastas criaturas geralmente só a elas envolve, a ponto destas serpentes serem esmagadas e engolidas, diariamente, pela felicidade e sucesso daqueles que tanto invejam.
Eis as minhas certezas: Eu me fortaleço naquilo em que não me reconheço: na torpeza humana.
Sobrevivo, a despeito das sórdidas tramas escondidas entre abraços e apertos de mão.
O fogo, a transformação e a purificação forjam guerreiros, coroam vencedores.
























quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Mais uma vez


Mas é claro que o sol Vai voltar amanhã
Mais uma vez, eu sei
Escuridão já vi pior
De endoidecer gente sã
Espera que o sol já vem
Tem gente que está do mesmo lado que você
Mas deveria estar do lado de lá
Tem gente que machuca os outros
Tem gente que não sabe amar
Tem gente enganando a gente
Veja nossa vida como está
Mas eu sei que um dia a gente aprende
Se você quiser alguém em quem confiar
Confie em si mesmo
Quem acredita sempre alcança
Mas é claro que o sol vai voltar amanhã
Mais uma vez eu sei
Escuridão já vi pior
De endoidecer gente sã
Espera que o sol já vem
Nunca deixe que lhe digam
Que não vale a pena
Acreditar no sonho que se tem
Ou que seus planos nunca vão dar certo
Ou que você nunca vai ser alguém
Tem gente que machuca os outros
Tem gente que não sabe amar
Mas eu sei que um dia a gente aprende
Se você quiser alguém em quem confiar
Confie em si mesmo
Quem acredita sempre alcança

Mais uma vez (Renato Russo)

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Solicitude


A arte de cuidar, ser cuidado e se deixar cuidar.

Um com o outro sem ser, necessariamento, como o outro.

As múltiplas possibilidades de encontro e
relacionamento com aqueles que fazem parte
do caminho.

Ser enquanto ser, próximo ou afastado de algo ou

alguém.

Eu gosto de ser cuidada, mas sem a sensação de manipulação, acomodação ou proteção
paralisante, longe da força irresistível da massa uniforme, compelida e empurrada para a
mediocridade.

Não quero ser mais uma na multidão, perdida de mim mesma e

acomodada na opinião dos politicamente corretos, aniquilada e absorvida

pelo "eu coletivo".

Tamanha violação não vale a conveniência de uma aceitação ilegítima

e simulada do grupo.

Minhas experiências e expectativas estão diretamente ligadas

ao existir humano, meu e dos outros.....ser-com e sendo-com,

como já disse Heidegger.

Posso viver perfeitamento com os outros, sem precisar ser

igual a eles.

O cuidado que liberta, sem o zelo que domina.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Aos 45 anos.....


Sinto-me mais leve, sem o peso de ter que corresponder às espectativas dos outros.

Já não preciso provar nada pra ninguém, nem viver preocupada com que pensam de mim.

Com o passar do tempo fui abandonando alguns modelos "apertados" demais e que não combinavam comigo.

Uma das boas coisas que chega com a idade é a compreensão de

que somos o que podemos ser - nem mais, nem menos.

Envelhecer com sabedoria é uma arte que necessita de prática diária e, escrevendo, aprendo melhor essa difícil lição.

Há sempre um olhar para o passado e a certeza de que muitas foram as realizações.

Uma sensação de bem estar me invade e preenche o espaço vazio deixado pelas ilusões

que se foram......ideais que se vão.

Neste momento o que se passa fora de mim deixa de ter importância - fixo minha atenção na minha essencia, o que realmente tem valor. Uma escuta ativa e intuitiva das minhas reais necessidades.

O ritmo frenético do mundo moderno, as emoções baratas e descartáveis, a busca

desenfreada pelo ter, aparências, nada mais.......já não faço parte deste universo: um alívio!

O espectro, o silêncio e a invisibilidade.

A transcendência do ser.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Quando os ideais se vão....


A melancolia de sepultar os ideais.

A dor de ver morrer, inexoravelmente,

uma parte de si mesmo.

Vejo-me, hoje, peça fora do sistema hipócrita e

egoista que um dia acreditei que poderia

transformar, mesmo que minimamente....

O idealismo pueril de querer fazer a diferença,

sucumbiu diante da operacionalidade dos egos,

daqueles que fazem da "justiça" sua latrina
pessoal. Sou puro desalento.....perdi o inconformismo típico daqueles que pensavam mudar o
mundo com seus moinhos de vento. Perdi a coragem, a luta e a vontade....descobri que

todas as minhas energias foram consumidas nesta espiral dantesca da miséria humana.

Estou paralisada pelo veneno da serpente. Só resta-me agonizar até o momento final da

morte dos meus sonhos.

Arrastarei, até então, os pesados grilhões que um dia simbolirazaram a minha libertação

dos porões da ignorãncia e da pobreza: esta é a minha forma particular de expurgar a culpa
pelo fracasso.

Tenho todo o tempo do mundo para enterrar, uma a uma, as minhas ilusões!




sexta-feira, 22 de outubro de 2010

O fogo que queima também purifica.


As chamas que te consomem forjarão os alicerces de seu novo "ser".
A dor das ilusões perdidas, a destruição, num atmo de toda uma história
vivida.....sonhos despedaçados num ato de loucura!
Ressurgirás, plena e fortalecida desta ectatombe, qual Fênix que retorna
do lago do inferno ainda mais vigorosa.
Você não vê, mas nas entranhas da sua alma está o alimento que manterá
a sua energia essencial.
Nada se perdeu, acredite.
Este é o preço do "encontro", com o outro e, consigo mesmo.
As lágrimas que hoje recobrem a sua face, em verdade,
estão purificando o seu eu, dissolvendo as mágoas e sepultando as
lembranças amargas.
Tudo em você foi feito milimetricamente para o amor....essa é sua sina.
Já lhe disse uma vez: és uma deusa grega talhada em mármore de Paros,
guerreira altiva, construção de poder e sabedoria.
Enquanto lhe escrevo, toca no rádio uma das minhas canções favoritas:
"....a vida tem sons que pra gente ouvir precisa aprender a começar de novo,
é como tocar o mesmo violão e nele compor uma nova canção, que fale de amor....
.....a vida tem sons que pra gente ouvir precisa aprender que um amor de verdade,
é feito canção ou qualquer coisa assim, que tem seu começo, seu meio e seu fim....".
Estou com o pensamento em você.
Conte comigo, sempre.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Ser livre.....

Ser livre....
Não há nada mais importante do que a
liberdade do ser, em toda e qualquer
acepção, dimensão e sentido do signo.
As amarras ceifam a criatividade....as convenções e dogmas embotam os sentimentos e obliquam as emoções.
A minha intuição não conhece molduras ou traçados pré-derterminados.....meus pensamentos correm soltos e sem direção, crianças aprendendo a andar!
O ser essencialmente livre o é sem mesmo saber no que implica a sua total liberdade.....não precisa de teoria, vive e
experimenta toda a sensação.
Quanto tempo perdido em tentar-se aprender e apreender o que não é
cognocível.....
Não há senhas ou enigmas a decifrar, os portais da percepção são acessados quando fecho os olhos da razão e
entrego-me, sem pudores, à liberdade de ser o que sou: uma eterna aprendiz!!!

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Por vocês, tudo vale a pena......



O melhor de mim....centelha divina que
preencheu de luz o meu caminhar.
Cada dia um desafio, uma descoberta.....como ser, sem nada saber...apenas o eterno recomeçar!

Há em cada olhar e no sorriso, um convite:
o da entrega, sem nada esperar.
O amor mais puro, sem porquês, nem
fórmulas complexas do querer.

Um sentimento tão profundo.....experiência
sem dimensões, tal qual um caldeirão de sensações,
num átmo de ausência e plenitude, sagradas.

Recepção divina e esperada,
êxtase em demasia.
Um pouco de mim e de você,
que trouxe, devagarinho, o nós....
Hoje, tudo e todos.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Definitivamente........



Sou brega: pois gosto das coisas simples da vida; procuro "ver" e "ser" natural no trato com as pessoas e com as coisas do mundo; complicar e problematizar não é meu estilo, aliás, essa pseudo-elite-intelecualizada, que tudo sabe e tudo entende, definitivamente, é demais pra mim.

Tudo em mim soa piegas: sou extremamente emotiva e sentimental. Essa é a lente pela qual eu enxergo a vida e me enquadro nela. É dessa forma que entrego-me ao sons, às palavras, às sensações: com intenso prazer, sem pré-concepções sob o ato da entrega.....nada de contrapor o objeto ao seu observador, o jogo com o jogador. Deixo-me levar e só. Não teorizo sobre isso.

Minha vida é uma sucessão de clichês: o cotidiano e a rotina, não são apenas frases repetidas. Marido, filhos, muito trabalho, fora e dentro de casa....um sentido de pertencimento e identificação que prescinde de qualquer análise mais profunda dos "experts" de plantão, que ocupam-se em tentar decifrar o imponderável, numa ânsia de preencher o profundo vazio de suas vidas.

Sou uma pessoa comum: passei boa parte da minha vida ocupada em satisfazer as necessidades primárias, comuns a qualquer morador da periferia: ter onde morar, o que comer e o que vestir.....com muito esforço, consegui estudar, o básico para sobreviver. É óbvio que não tive tempo para desfrutar das obras clásssicas da literatura, não estudei línguas, nem tive a oportunidade de aprender a tocar um instrumento musical.......ostento grandes lacunas culturais, todavia, isso não fez muita diferença pra mim, já que com o pouco que tive, sempre fiz muito, mais até do que seria possível, diante das circunstâncias que marcaram boa parte da minha vida.

Não tenho grandes pretensões: nem nos meus melhores sonhos achei que teria o que tenho hoje....seria o que sou. Então, diante de saldo tão positivo, só me resta aproveitar a vida, com todas suas nuances, sem pretensões de apreensão e compreensão do que não é possível controlar.

Enfim, vibro numa frequência pouco modulada e nada sensível ao excesso de ruído produzido por corpos que estão fora da minha sintonia. Nessa vibe, de ondas curtas, porém puras e intermitentes, a qualidade do sinal depende da acústica de quem ressoa.

sábado, 14 de agosto de 2010

Quem vale menos?


Quem vale menos?

Aquele que corrompe ou quem se deixa corromper?

O verme só sobrevive na podridão.....assim, fico com a segunda
opção.

Quem se vende vale menos do que pede.

Escrevo isso depois de um dia de tormento.....oprimida

em minha própria casa por uma "turba" enfurecida e faminta.

Todos "convidados" para o grande "churrasco"promovido por
um candidato a deputado, que por infortunio, é vizinho.

O "figurão" foi o top da mídia durante meses.....escândalos,

falcatruas, corrupção entre outros tantos fatos e atos que, de tão secretos, nem se tem notícias.

Ai fico a sismar.......se a sua "ficha" é tão conhecida, seu "passado" enquanto

gestor de recursos públicos tão comprometido com desvios e outros desmandos ,

todos amplamente divulgados, como que ainda consegue tantos apoiadores????

O mesmo "cidadão" que critica o Judiciário, que participa de passeata pelos direitos

humanos das minorias, que cobra das autoridades providências contra políticos corruptos

e, ao mesmo tempo, culpa a "burguesia" pelos males do mundo, do efeito estufa ao

terremeto no Haiti, é o mesm dito cidadão que vejo, da minha janela, caminhando feliz

em direção à mansão suspensa, à beira do Lago Paranoá .......

Para minha redenção acaba de chegar a Polícia Militar, multando todos os veículos

que estão parados em fila dupla e atravancando todo o trânsito local.....

Todos saem da "festa" revoltados, argumentando com os policiais que ali

estão apenas pessoas de bem.....funcionários do STJ, do Senado e da Câmara....

uma "confraternização" em família......

Quedo-me perplexa em saber da origem dos convidados para a "ceia do senhor".....

equivoquei-me com relação àqueles que comumente "vendem" seus votos por uma cesta-básica,

um milheiro de tijolos, alguns sacos de cimento, uma dentadura nova......com muita sorte e votos de
toda a família, uma laqueadura.

Enquanto a gloriosa PM "desce a caneta", recai sobre mim uma desesperança tão grande

na humanidade......

É isso aí, cada um tem o que merece ter.....o que escolheu ter......do horror, ao amor.

Esse é o movimento do mundo.

No Amargedon só sobreviverão os ratos e as baratas mesmo.


domingo, 8 de agosto de 2010

Pai.....



(...) Onde você estiver, não se esqueça de mim
Eu quero apenas estar no seu pensamento
Por um momento pensar que você pensa em mim
Onde você estiver, não se esqueça de mim
Quando você se lembrar não se esqueça que eu
Que eu não consigo apagar você da minha vida
Onde você estiver, não se esqueça de mim (...)

Uma flor no meu jardim....



Ontem pela manhã recebi um presente: uma flor nasceu no meu jardim....
Não é uma flor qualquer......é a minha orquídea, agarrada no tronco da mangueira do quintal que soltou seus brotos e abriu-se sem pudor para o mundo.
Tão rara, de beleza efêmera e cor púrpura, que até me esqueçi de que se tratava de uma parasita que só sobrevive por conta da energia que retira diariamente da árvore-mãe, aquela que de tão gigante e antiga quase foi estirpada.......a sina do tempo que passa e leva, além da nossa juventude, nossa prestabilidade.
Hoje o meu "presente raro" transformou-se em motivo de questionamento e comparação.....e cheguei a conclusão de quero ser mesmo como a mangueira do meu quintal, que além das flores e frutos, empresta toda a sua força, impávida e perene, para os "belos parasitas" de um dia só.....frágeis enfeites que sucumbem diante da primeira ventania e se despedaçam após o primeiro temporal.
Como é bela a velha mangueira do meu quintal........

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Reflexões de uma ilha.....









Já perdi as contas de quantas vezes senti a nítida sensação de estar cercada por uma mar de "ódio e traição".
É muito difícil conviver com esse sentimento de não ser "querida".
Sempre as mesmas armadilhas....sorrisos de perfídia e falta de lealdade.
Questiono se o problema não está em mim, complexo de ideação......mania de perseguição!
Minha percepção aguçada, porém, me diz quando estou diante de camaleões.
Sinto-me como que lançada numa floresta sombria, com feras famintas a espreitar-me os passos.
Quase não vejo nada nessa densa neblina que encobre a verdadeira intenção desses animais dissimulados, carcarás temporariamente trajados de pessoas.
Contudo, no meu íntimo eu sei perfeitamente quem realmente está sendo sincero e verdadeiro comigo. O brilho do olhar não engana. Intuição, quem sabe.
Conheço de longe o envolvente e mortal canto das sereias......experiência de quem já sucumbiu diante desse inebriante e nefasto convite à loucura.
Sobrevivo neste campo minado, sempre alerta e atenta aos movimentos sinuosos das serpentes.
Não busco ser amada ou aplaudida pela platéia. Não, não é isso.
Só quero viver em paz, num ambiente de lealdade e com pessoas realmente comprometidas com a verdade e com a justiça.
Gostaria de despir-me, ao menos uma vez, das armaduras e escudos.....ser mais leve
e otimista com relação aos abismos da alma humana.
Levitar pela vida sem medo de ser esmagada e destruída por aqueles que insisto em chamar
de seres humanos.....companheiros de jornada.....parceiros de trabalho.
Qual nada, ainda não é tempo de baixar a guarda.
A caçada continua.
Ainda há muita terra santa neste continente que não foi tocada
pelas águas turvas e envenenadas da podridão humana.

domingo, 1 de agosto de 2010

Em descompasso....



Só entre muitos.
Minha essência divina em fuga da natureza humana que me reveste, me despe e me aparta da vida vivida e não idealizada, apenas a possível.
Um rio de emoções, sentimentos e percepções fatalmente contido e represado na conduta esperada e pré-moldada. O dever-ser
Na cheia, as palavras escapam e escorrem, em prosa e em verso........ e nesses devaneios em que me permito ser o que sou, esvazio-me de toda a sensação outrora aprisionada. Revivo.
Escrava liberta, eis o que sou.....circunscrita em viver de acordo com o que se espera de mim.....no eixo e nos padrões sociais vigentes.
O inevitavel descompasso entre anima e persona é superado quando deixo-me levar pela música, fada que embala meus sonhos de menina, ainda....
Sobrevivo assim, de doses diárias e vitais de literatura e poesia, a ponto de esquecer quem sou, tragada pela estória que se abre em flor a minha frente.
Diante de tanta beleza entrego-me vencida e feliz,
e volto a ser aquela de sempre, a Maria das Quimeras,
livre, serena e sem destino pré-fixado.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Uma música......




Resposta ao tempo - Nana Caymmi



Batidas na porta da frente é o tempo
Eu bebo um pouquinho pra ter argumento
Mas fico sem jeito, calado, ele ri
Ele zomba do quanto eu chorei
Porque sabe passar e eu não sei
Um dia azul de verão, sinto o vento
Há folhas no meu coração é o tempo
Recordo um amor que perdi, ele ri
Diz que somos iguais, seu eu notei
Pois não sabe ficar e eu também não sei
E gira em volta de mim, sussurra que apaga os caminhos
Que amores terminam no escuro sozinhos
Respondo que ele aprisiona, eu liberto
Que ele adormece as paixões, eu desperto
E o tempo se rói com inve.........ja de mim
Me vigia querendo aprender
Como eu morro de amor pra tentar reviver
No fundo é uma eterna criança que não soube amadurecer
Eu posso, ele não vai poder me esquecer
No fundo é uma eterna criança que não soube amadurecer.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Jogo do natural



Resolvi jogar o jogo do natural. Nada que aconteça fora de mim
me espanta, horroriza ou aborrece. Por pior que seja o "acontecido",
minha reação será a mais neutra possível.....
Chega de sofrer e reagir de forma extremamente emocional.
Poderia ser pior, dita a lógica racional.
Que morram todos os manipuladores, que invertem valores e
princípios éticos em nome de um pseudo poder......
Arrogantes que na sanha medonha do ter, olvidam o ser.
Pobres vermes rastejantes.....pululam nas feridas
fétidas de si mesmos..... autofágicos e desprezíveis abutres.
Invisíveis......já não existem na dimensão humana, consumidos
que foram pelo fogo das próprias vaidades!!!!!
Essas são as regras do meu jogo: o jogo do natural.
Alguém quer jogar comigo????

domingo, 11 de julho de 2010

A necessária reformulação.

Estou hibernando.
Neste turbilhão de emoções em que estou envolta,
preciso sempre de um tempo para refletir,
depurar e mensurar o real valor das coisas e das pessoas.
Sinto que minha energia muitas vezes é direcionada de forma errada. Já é hora de mudar. Determinadas situações desgastantes devem ser evitadas e os seres, do tipo: "parasitas emocionais", afastados. Questões de sobrevivência.
Enquanto houver tempo,
um sublime sopro de vida
manterá aceso todos os meus ideais.
A cada manhã, um recomeço....
como se fosse minha primeira vez,
me lanço de braços abertos
para o mundo.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Le mie radice.....le mie ali: tutti le mie emozioni.


In questo viaggio, finito
la soletudine dell'anima
sono io, ricorda amore:
nuostro sogni, dolori, speranza....
Scusa e` tardi,
più amaro il sapore
dell'ultimo bacio
desideri dei tuoi occhi.....
Domani tutto sarà chiaro
Adesso senza te, dolce amore.
Io sono tutti le colori
di tuoi cielo, vita mia.
Andiamo,
Ti invito al viaggio,
quella nuostra allegria è tornata,
per una vita d'amore.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Corpos Celestes




Numa órbita qualquer......


Estou aprisionada em um campo gravitacional intenso.
Nas entranhas do buraco negro que devora todas as estrelas;
depois de tanto brilho: a explosão e o colapso!
Nada é para sempre.
O sol se contrai e a noite expande seu véu de escuridão sobre
todo o Universo.
Uma complexa via láctea gira entorno do no meu espaço sideral, vasto e vazio de sua atmosfera cósmica.
Mas, em algum lugar da galáxia pulsa a magma selvagem
recoberta pelas geleiras enigmáticas do seu ser,
pronta para escapar pelas fendas invisíveis
do rochoso tecido em que a esconde, mas
sem a capacidade de retê-la completamente.
Olha bem,
aprecia o impacto constante dos nossos
corpos celestes no Infinito,
Espetáculo de luz que transcende
a minha e a tua vontade,
Nesta órbita somos ínfimas partículas
no vácuo de uma dimensão paralela,
de um multiverso desconhecido e
inexplorado de sensações e desejos.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Os predadores de afeto



É tão comum seres que se alimentam de afeto sem a capacidade de doar-se ou ceder, uma migalha sequer, para outrém....

Um gesto de carinho, nem pensar!

Vampiros emocionais disfarçados de homens.
Suas vítimas preferidas são aquelas almas que ainda acreditam no amor.....que entregam-se sem
reservas para seus algozes, como crianças em busca de colo.....tudo em nome de um sentimento, hoje,
já muito fora de moda.
Você não só levou minha alma, meu corpo e meu coração...
levou consigo, também, meus sentimentos mais puros, todos os meus sonhos...
minhas ilusões......apropriou-se do melhor de mim, devagarinho, sem fazer alarde.....já não tenho mais nada, só esse vazio.....e uma sensação de desesperança muito grande......
Indiferença, quicá, suportabilidade, afinal, administrar um espólio desses não é uma tarefa fácil.....requer tempo e habilidade diante de tamanha desertificação emocional.
As lesões afetivas são de difícil cicatrização......demandam muitas vidas para serem reparadas e costumam "infectar" os bons momentos vividos e as memórias alegres de tempos idos.
Grangrenas e feridas que serão suas medalhas e seu troféu ao final da jornada.
Nada mais.....

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Quando eu crescer eu quero ser......


Uma criança.....de alma leve e vida fácil.
Sorrir e chorar só quando eu tiver vontade,
dormir e acordar naturalmente, sem pré-ocupar
minha mente com o inexorável.....
Ser feliz com as borboletas,
ver figuras nas nuvens,
conversar com o vento
e ser amiga das estrelas!
Ah, não vejo a hora de crescer
e ser uma bela menina, grande
nos sonhos e no coração.
Tenho tantos planos a realizar,
então vou pedir aos céus que esse
dia chegue logo.....
Vou adorar procurar conchinhas
pelas praias, me lambuzar com uma
linda e enorme maçã do amor e passar
o dia brincando de bonecas.....
Quero encontrar o papai noel, a fada
dos dentes e brincar de pega-pega com
o coelhinho da páscoa....
Eu sei Papai do céu, que talvez
eu não mereça essa benção,
mas eu prometo ser uma
boa criança se o Senhor me
ajudar a crescer.......

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Bad news: love can't save you!


Nothing outside me can save my soul.
This pain is mine, only.
I'm not waiting your help....I know how
busy you are....
There isn't time for ilusions and lies.
So free and alone with my heart.
Don't ask me about tears.
Forget the bad things, if possible.
Somewhere in the past there were
happy moments.
People always leave,
Feelings often change.
This is the real life.
By the way, we are alive.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Constantes outonos.....

As minhas ilusões......
Todas estão a cair da árvore, no permanente
outono do meu ser.
Quimeras vãs no entardecer de tantos
sonhos.
Fico a pensar se outras folhas brotarão
de antigos galhos, cujo tronco já está demasiadamente
marcado pelas tempestades e vicissitudes da vida.
Mesmo quando o solo é fértil, há que
se cuidar dos brotos, pra quem venham as
flores e os frutos.
Sou um cerrado de emoções: solo árido e de difícil cultivo, com uma floresta imensa e caudalosa em seu interior.
Raízes profundas e intensamente ramificadas......ávidas por vida e energia......
Terra de ninguém......território devastado pelo fogo das incessantes inquietudes, ânsia de encontrar algo que não se sabe ao certo o que é........
As folhas bailando ao vento....tão leves e livres que se esquecem de que foram há pouco: reféns, presas nos galhos da minha árvore, no constante outono deste
meu viver....

domingo, 13 de junho de 2010

Lágrimas Ocultas




Lágrimas Ocultas

Florbela Espanca

Se me ponho a cismar em outras eras
Em que ri e cantei, em que era querida,
Parece-me que foi noutras esferas,
Parece-me que foi numa outra vida...

E a minha triste boca dolorida,
Que dantes tinha o rir das primaveras,
Esbate as linhas graves e severas
E cai num abandono de esquecida!

E fico, pensativa, olhando o vago...
Tomo a brandura plácida dum lago
O meu rosto de monja de marfim...

E as lágrimas que choro, branca e calma,
Ninguém as vê brotar dentro da alma!
Ninguém as vê cair dentro de mim!





Princesa Desalento



Minh'alma é a Princesa Desalento,

Como um Poeta lhe chamou, um dia.

É revoltada, trágica, sombria,

Como galopes infernais de vento!



É frágil como o sonho dum momento,

Soturna como preces d'agonia,

Vive do riso duma boca fria!

Minh'alma é a Princesa Desalento…



Altas horas da noite ela vagueia…

E ao luar suavíssimo, que anseia,

Põe-se a falar de tanta coisa morta!



O luar ouve a minh'alma, ajoelhado,

E vai traçar, fantástico e gelado,

A sombra duma cruz à tua porta…



(Florbela Espanca, «Livro de Soror Saudade», in «Poesia Completa»)



[ CITI ]

domingo, 6 de junho de 2010

Um olhar sobre Israel

POEM "JERUSALEM" - WILLIAM BLAKE





POEM AND HAND-PAINTED

BY WILLIAM BALKE














HAND-PAINTED BY WILLIAM BLAKE



JERUSALEM THE EMANATION OF THE GIANT ALBION AND ONE THE STOOD FORTH, TOP TO BOTTOM, LOS SUPPORTED BY CHRIST; ALBION'S BURIAL IN THE SEPULCHER, 1804.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Tricotando meus pensamentos......



Faz algum tempo que redescobri o prazer das artes manuais, principalmente a pintura, o crochê e tricô.
Pode ser a necessidade de trabalhar com liberdade e criatividade, tudo que não é permitido no universo jurídico, circunscrito por leis, normas e procedimentos que se repetem e se retroalimentam.

Há modelos a serem seguidos, regras que devem ser observadas e a ritos a serem seguidos, tudo em consonância com um sistema autopoietico e preestabelecido.
Já com as agulhas e sou livre para criar......sou eu quem decido o que fazer, como, pra que, pra quem e quando.

Eu escolho a textura da lã, a cor e passo a tecer minha obra de arte, sempre única, primeira e definitiva, mesmo que eu faça mais mil vezes aquela mesma peça.....nunca uma é igual a outra, pois é diferente o sentimento, a emoção e o momento da confecção.

Geralmente quando estou a tricotar fico entrelaçando meus pensamentos junto com os fios da lã......enquanto o novelo vai desenrolando, vou desembaraçando meus ais e minhas agonias.....a cada laçada, vou amarrando minhas ansiedades e desilusões e prendendo tudo numa mesma carreira.

Assim como na vida, trabalho muito com pontos altos e baixos....às vezes a linha embaraça e eu acabo perdendo a paciência..... largo tudo e deixo passar a raiva.....depois volto e, com toda a calma do mundo, desfaço todos os nós, um a um, pois sei que a qualidade da peça depende muito do material usado e sua aparência.


Tal qual uma aranha vou tecendo a minha teia e nela deposito minha esperança e meus sonhos......ao término de cada trabalho eu sempre me surpreendo com a beleza da peça tecida. Descubro, encantada, que de um punhado de lã toda enroladinha posso fazer coisas líndissimas....ou não, depende de mim o resultado....só de mim, não da lã.....ela está sempre lá, esperando para ser utilizada, a forma depende de cada artesão.
É nesse vai e vem das minhas agulhas que vou encontrando muito das respostas que busco, dentro e fora de mim.
No mesmo momento em que ocupo minhas mãos e meus pensamentos, sinto uma paz imensa no coração.....é como um resgate do que fui, um afago no que sou e um abraço gostoso no que ainda poderei ser.
Sigo, feliz, tricotando a vida.


quarta-feira, 2 de junho de 2010

Ética volátil: argumentos retóricos e falaciosos escondem a ausência da moral e da Justiça



A verdade não é monopólio meu.
Busco ser leal e íntegra, na vida pessoal e profissional, refletindo os valores e princípios éticos forjados em mim, pelas mãos amorosas e calejadas de meus pais.
Não sou adepta a discursos rebuscados, sou clara e direta, sempre. A arte da retórica nunca me seduziu. Esconder-se nas palavras e nas alegorias aporéticas da miséria humana, figindo-se bastião e arauto do Direito, da Moral e da Justiça, revela a ética volátil e o caráter duvidoso de alguns manipuladores (não operadores) do direito.
Usam do sistema para alimentar suas insanas vaidades e não para fazer valer o direito daqueles que representam. Buscam brilhar na carreira, um lugar mais destacado, menos contribuir para a realização da Justiça.
Querem passar a imagem de grandes pensadores e intelectuais do Direito, cigarras da modernidade.....de tanto conteúdo jurídico chegam a cheirar mal.....egos inflados que implodirão na estratosfera, pobres e sozinhos.
Ainda me espanto e me horrorizo diante destes ávidos abutres de si e dos outros.
Retrato desolador esse.......espectros de homens que se alimentam de orgulho e egoísmo, encalhando suas almas nos pântanos da existência humana, esquecidos do compromisso que assumiram com o BEM, com o DIREITO e com a JUSTIÇA.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Eu sou mais eu, sempre!!!!!


VERSOS DE ORGULHO
FLORBELA ESPANCA
O mundo quer-me mal porque ninguém
Tem asas como eu tenho! Porque Deus
Me fez nascer Princesa entre plebeus
Numa torre de orgulho e de desdém.
Porque meu reino fica para além.....
Porque trago no olhar os vastos céus
E os ouros e clarões são todos meus
Porque eu sou Eu e porque Eu sou Alguém!
O mundo? O que é o mundo ó meu Amor?
- O jardim dos meus versos todo em flor....
A seara dos teus beijos, pão bendito......
Meus êxtases, meus sonhos, meus cansaços....
- São os teus braços dentro dos meus braços,
Via Lactea fechando o Infinito.

domingo, 23 de maio de 2010

Necessidade X Prazer



Nem tudo o que faço é por prazer ou por gosto.
Algumas atitudes são necessárias, embora pouco prazerosas, tais como: odeio atividade física: faço por pura obrigação....a caminhada é um martírio e o pilates, uma cruz!!!!!
Por outro lado, "quase tudo o que eu gosto é imoral, ilegal ou engorda", então, deixo de lado muitos prazeres......
Será que viver é isso: dar bom dia pra quem não gosto, comer sem vontade aquela salada imensa, caminhar por pura obrigação, deixar de comer pão no café da manhã, sorrir quando eu quero chorar......aonde tudo isso vai me levar????
Sobrevivo "domando" minha fera interior e, na tentativa de não perder a verdadeira essência do meu ser questionador, inconformado e impaciente, adormeço e amorteço a minha dor!
É chegada a hora de decretar o fim do auto-flagelo que "escolhi" para disfarçar e mudar o foco do meu sofrimento......o engodo não é durável e só faz aumentar a certeza de que nada mudou.
A batalha é diária.....estou cansada e preciso repor minhas energias, pois tenho pela frente uma semana de muitos desafios e "combates".......alguns moinhos de vento, uns poucos fantasmas e muita gente de carne e osso pra "domesticar".

sábado, 15 de maio de 2010

Confiar naquilo que não se vê.......



Tem coisas na vida que existem por si só e não precisam de comprovação científica para que eu acredite nelas.
Eu apenas confio.....mesmo na ausência, no silêncio, no não ser é possível sentir a presença de tudo aquilo em que acredito.
Simples e natural.
Pura essência e existência, flutuando invisível no ar. Só sei dela pela sensação e, pelas ondas da intuição, me deixo levar por esta corrente de paz.
A confiança traz tranquilidade.....aquela ansiedade de
ter tudo sobre controle, de repente, se aquieta dentro de mim. Nesta hora eu já não necessito provar nada para ninguém. É só eu e a minha quietude.
Nada de empírico, nem de analítico.
Apenas ser e sentir, num abandono virginal e
pungente.

domingo, 9 de maio de 2010

Mãe de mim mesma.




Gostaria de me olhar com os mesmos olhos com os quais fito meus filhos.....de paciência, amor, compreensão e gratidão.
Se eu me cuidasse da mesma forma que cuido do meus filhos, talvez não fosse tão emocionalmente doente.
A meta da perfeição e as cobranças diárias não teriam espaço, pois mãe tudo perdoa, menos os próprios erros.
Sou minha própria algóz, carrasca e julgadora implacável.....não preciso de ninguém para esse papel.
Preciso de colo, do meu próprio......com menos auto-crítica e mais aceitação da minha pobre natureza humana.
Já que estarei comigo por toda a eternidade, nada mais natural que a convivência com todas as minhas personas seja a mais harmônica possível.
Não foi fácil assumir o papel de mãe do Arthur e do Lucas......minha essência esmagadoramente masculina me empurrava para o trabalho, para os estudos......eu repudiava qualquer situação que eu não pudesse controlar ou que me tornasse frágil e vunerável.
Estou aprendendo, a duras penas, a conciliar a guerreira e a mãe....o masculino e o feminino.
Minha próxima batalha: Ser mãe de mim mesma......estou a escolher "as armas", as estratégias, já estão todas no meu coração.....o pior inimigo a enfrentar está dentro de mim.....nos porões do meu inconsciente.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Sob pressão, aperte a tecla F5 - atualizar.




Sinto o peso das horas que voam e das obrigações que se multiplicam.

Todos querem tudo de mim, ao mesmo tempo....e só aceitam se for o melhor....nada mais do que o perfeito.

Vou me consumindo nessa fogueira, Atlas da modernidade, de batom e salto alto.

A "Amélia" era feliz e não sabia.......ostentar a ocupação de "prendas do lar" é o máximo.

Essa coisa de ser multi-mulher só serve para vender eletrodomésticos, truque de marketing.

Somos exploradas e submetidas a trabalho escravo - 3 turnos ininterruptos, sem direito a pagamento de hora extra, auxílio insalubridade, adicional noturno, pagamento em dobro das horas trabalhadas nos finais de semana......e ainda ganhamos "panelas" de presente de dia das mães......é de lascar!

Frutos da "revolução rosa"........Considerar esse caus um sinal da emancipação feminina é o fim, as trevas......ou não gosta de mulher, ou considera o "sexo frágil" coisa ..... semovente........Isaura do século 21......aliás, já passou da hora da Princesa Isabel reencarnar e acabar com a festa na "Casa Grande".

Legião de anjos da senzala........com cárcere e grilhões impostos por modelos e padrões sociais inatingíveis: a mulher perfeita, mãe zelosa, profissional dedicada, esposa amantíssima, filha atenciosa, amiga unipresente, irmã, tia, etc......além de magra, linda e sem TPM!

Cansei de atender as expectativas dos outros.

De agora em diante, só quero ser eu, no meu tempo e com todas as minha imperfeições, contradições e incoerências.

Danem-se as pressões.

O tempo que se arraste aos meus pés.

Vou passar um anti-virus no meu sistema e deletar os "arquivos" nocivos e pesados.

Vou adotar uma nova configuração, com um Layout mais soft e uma programação mais leve.

Essa será a minha nova versão, RMC 4.5.

Pronto, teclei F5......

Aguarde.....

Atualização em andamento!



segunda-feira, 12 de abril de 2010

VI CONEPA e Feira de Conhecimentos

Da esquerda para a direita: Mônica, Eu, Anderson, Ane e Jamil.

No stand do nosso Projeto "Programa de Atendimento aos usuários e dependentes de drogas", escolhido como uma das 15 melhores práticas de medidas alternativas pelo Ministério da Justiça.


Graças ao empenho de toda a equipe do Sema-Bsb, nosso trabalho pode ser exposto na Feira de Conhecimentos do VI Conepa.








No momento da premiação das melhores práticas o palco ficou pequeno para tanta alegria e emoção.


Na verdade, todas essas equipes e seus trabalhos maravilhosos foram o ponto alto do Congresso.












Essa foi a melhor parte do evento: divulgação do nosso projeto do Mercado Modelo, com direito a enfeite rastafari na cabeça e tudo.


domingo, 11 de abril de 2010

VI CONEPA - Salvador






Apesar de todos os contratempos, foi uma experiência muito boa. Conheci muita gente legal
a aprendi um bocado de coisas novas.....
O mais gratificante foi estar na Feira de Conhecimentos e ter o trabalho da equipe reconhecido, levando o nome do MPDFT até os rincões mais longíncuos deste país e do mundo.






















segunda-feira, 5 de abril de 2010

Se eu pudesse, meu amor.......



Se eu pudesse, meu amor.....eu te protegeria de todo mal que há nesta e em outras vidas.....cuidaria para que a inveja, o ódio, o orgulho e a vilania nunca descessem seus mantos negros sobre você......seria seu escudo contra os sentimentos que assombram e habitam os porões da perversidade humana.
Você é tão frágil....cordeiro lançado à jaula das bestas-feras deste mundo insano, sem saber, ao certo, quem realmente é o seu predador. Ingênuo, ainda crê no verniz que engana, no espelho que ilude, na imagem que esconde e nas palavras que nada revelam, antes, confundem.
Abra os olhos da razão meu amor, tente ver além do que o seu coração sente.....caso contrário você será massacrado pela turba enlouquecida e sedenta de vingança.....seres entorpecidos pela falta de amor, que matam aqueles que tem esse "bem " em excesso....assim como você.
Em nome desse imenso amor que tenho por você, vejo-me compelida a deixá-lo viver sua própria história....livre das minhas garras super-protetoras, do meu faro de mãe feroz e vigilante, apta a estraçalhar quem se aproximar das suas crias.
Estarei ao seu lado sempre, farol a iluminar os seus possíveis caminhos.....as escolhas serão suas, meu anjo, sempre, assim como, os espinhos e as flores que surgirão na sua estrada.
Uma pérola só tem valor "fora" da concha.........a minha "casca" só protegeu você, minha jóia rara, durante o tempo necessário.....
Agora é com você.....o mundo é todo seu, explore-o e conquiste-o com cautela, com a calma daqueles que dispõem da eternidade como companheira de "viagem".....

Travessias de Gil Roberto

Estava eu a falar de travessias e passagens, quando deparei-me com este texto lindíssimo do meu "anjo" Gil Roberto, esse poeta da foto ao lado, cercado de "diabinhas" por todos os ângulos, vértices, prismas, etc

"...quando criança encontrei-me com um velho, ele era uma divindade já cansada, contou-me histórias como um avô, alguém que passou, pois até os deuses passam, me disse com os lábios secos embebidos de farrapos e memórias, me disse com voz de gente humana que atravessou tantos entantos:
alguns tantos me trouxeram alguns pêlos brancos, sulcos na pele, o peso de existências e os músculos dançando ‘a la gravidad’, e o tempo me trouxe o agora e enterrou alguns passados, memórias antigas perdidas em vestidos, em aromas de chás e bules velhos, em beijos que padeceram, em sensações que se esqueceram... eu sou um homem, sou? , e voltei quando me encontrei e como foi reconfortante me esquecer, ou não foi? ah, o esquecimento, talvez eu precise mergulhar meus dedos no vinho e tirar o som perfumado de taças de cristal, talvez eu tenha tido um amor de valia, eu me lembro do sol nascendo e isso é bom, me lembro de vozes de pessoas que não existem, e muitos caíram no esquecimento, o que é uma flor caída no esquecimento? seu perfume ainda é poesia?, serve aos pássaros?, as flores não falam, simplesmente roubam minha memória, e as rugas da vó Amélia, o fogão de lenha e o cheiro do café, os passos arrastados, as cinzas, o azul profundo dos olhos dela, ela se encontrou?, qual o sentido de ela ter passado por aqui? qual o sentido das suas mãos envelhecidas? onde ficaram suas palavras? um pássaro pousa num velho paletó e não há ninguém ali, só um paletó puído e o vento o atravessa, alguém esteve ali?, talvez alguém se lembre, eu me lembro do sol morrendo e isto guarda o gosto de mãos macias tocando o crepúsculo que escorre sob minha pele, esqueci algumas pedras, alguns tons de azul, esqueci o tempo,... mas o banco sempre lembra de mim, de você, ele sempre terá histórias pra contar, você sabe, não? somos parte de tudo isso e o que lhe conto já faz parte de ti, se você me encontra aqui
encontrou a si mesmo, sabe que não sou velho, sou antigo..." Dinegritu Fumanchu